E se sua intuição estiver certa? Como confiar nos sinais do seu corpo emocional

Não é incomum que mulheres em relacionamentos confusos sintam um incômodo constante, mesmo quando aparentemente está tudo bem. O silêncio entre uma briga e outra. A falta de carinho que ninguém nomeia. A sensação de que algo está errado, mas que não se pode provar.

Talvez você mesma já tenha pensado: “Não tem nada de grave acontecendo…”. Mas ao mesmo tempo, uma parte sua sente que está se apagando por dentro.

Essa intuição não vem do nada. É o seu corpo e o seu coração tentando te avisar. E se, em vez de esperar provas concretas, você pudesse escutar de verdade o que já sabe?

Intuição e relacionamento: o que acontece com a gente? 

Durante uma consulta, uma paciente disse:

“Mayra, eu não tenho provas. Mas tenho uma sensação.”

Ela estava falando daquele tipo de relacionamento que não tem violência direta, mas machuca aos poucos. O tipo de relação onde o carinho se transforma em julgamento, onde a mulher sente que precisa se diminuir para caber no espaço que o outro oferece.

É sutil. É cotidiano. E justamente por isso, é difícil de nomear.

Mas o corpo sente. A mente tenta racionalizar. O coração, no entanto, continua pedindo atenção.

Esse tipo de sofrimento não aparece em fotos. Não deixa marcas visíveis. Mas mina a autoestima, abafa a voz interior e confunde até as mulheres mais fortes.

Os sinais que você sente — mesmo sem “prova” 

• Você sente que precisa pisar em ovos para não ser criticada.

• Você para de contar seus sonhos porque ele acha “bobagem”.

• Você se sente culpada por querer espaço, silêncio, descanso ou leveza.

• Você se pergunta o tempo todo: “Será que sou eu? Será que estou exagerando?”

Esses são sinais silenciosos que algo não está bem. E sua intuição, muitas vezes, percebe isso antes da mente conseguir aceitar.

Como começar a confiar em você de novo 

1. Escute o incômodo, em vez de ignorá-lo.

   Todo desconforto tem uma função. Ele não é inimigo. Ele é alerta.

2. Valide o que sente, mesmo que ninguém entenda.

   Você não precisa de provas para legitimar a sua dor. Sentir já é suficiente.

3. Dê pequenos passos para se reconectar com sua voz.

   Escreva num diário. Fale com uma amiga. Responda ao diagnóstico. Procure ajuda. Qualquer movimento em direção a si mesma é um ato de coragem.

4. E, se puder, busque apoio profissional.

   Você não precisa fazer isso sozinha.

“Você já começou a voltar para si mesma. Agora é hora de ir até o fim.”

— Mayra Cardozo

Você não está exagerando. Você não está sozinha.

Existe um caminho — e ele começa pela escuta.

Se o seu coração já sabe, talvez tudo o que você precise agora é coragem para acreditar nele.